Um guia para os pais
Dr. Alexandre F. de Lourenço
Ortopedia Pediátrica
O QUE É DISPLASIA DO QUADRIL?
A displasia do quadril é um termo abrangente que inclui um conjunto de alterações do quadril na criança:
- Luxação congênita – uma articulação está fora do lugar
- Quadril instável – uma articulação pode ser servindo para o lugar
- Quadril imaturo – uma imaturidade da cobertura articular


As alterações podem ser notadas ao nascer (congênita) já, muitas vezes, aparecem apenas com o desenvolvimento da criança. A sua forma mais grave, uma luxação do quadril, pode ser congênita ou pode evoluir a partir de um quadril instável ou imaturo. Por este motivo, nenhum mundo inteiro, tem a mesma precisão que o termo deslocamento do quadril no lugar de luxação congênita do quadril por ser mais abrangente.
UMA DISPLASIA DO QUADRIL É FREQUENTE?
Sim. A análise da displasia do quadril é em torno de 4 a cada 1000 nascimentos. Ela é uma regra comum nos recém-nascidos e que pode ser tratada. Portanto, pais, nada de pânico!
Ainda hoje está esquecida, embora as suas calorias tenham sido propostas. Sabemos que existem alguns fatores de risco associados, como a apresentação pélvica, história familiar e torcicolo congênito. Sabemos também que a displasia é mais comum no sexo feminino e na (o) primeira (o) filha (o).
Deve-se salientar que a maior parte dos quadris instáveis ou imaturos vai evoluir bem sem qualquer tratamento, porém, é impossível diferenciar quais serão eles. Caso seja deixada sem tratamento e a condição não se resolver espontaneamente, as consequências podem ser desastrosas, tais como a criança mancar e na vida adulta ocorrer uma artrose (degeneração articular) precoce.
COMO SE FAZ O DIAGNÓSTICO?
O primeiro passo para o diagnóstico é feito pelos antecedentes pessoais e familiares, ou seja, detectar os possíveis fatores de risco descritos acima.
O exame físico pode ser mais evidente no caso de um quadril luxado, quando o médico consegue sentir na mão o momento que a articulação é colocada no lugar (manobra de Ortolani) ou quando o quadril é instável e é possível deslocá-lo, parcial ou totalmente (manobra de Barlow).
Infelizmente, nem sempre é possível evidenciar esses sinais. Além disso, a criança não tem dor mesmo quando a articulação está fora do lugar (luxada).
A radiografia da bacia não é muito útil porque grande parte da articulação do quadril no recém-nascido é composta por cartilagem, que não é visível com raio-X.
Assim, já há vários anos, usamos a ultrassonografia para diagnosticar e/ou descartar uma eventual displasia do quadril. Esse exame não envolve radiação e é altamente sensível para detectar todas as estruturas da articulação do quadril.
COMO SE TRATA?
Caso seja diagnosticada uma alteração no quadril no período neonatal, as chances de sucesso com o tratamento são enormes. Esse é o “período de ouro” para corrigir qualquer forma de displasia do quadril. A forma mais empregada no mundo inteiro tem sido a alça de Pavlik. O uso de fraldas duplas, que muitas vezes ainda é recomendado, deve ser abandonado, pois pode ser insuficiente no caso de um quadril instável ou imaturo e pode ser desastroso no caso de um quadril luxado (as fraldas forçam em demasia a articulação e podem causar necrose do quadril).
A alça de Pavlik é bastante simples de usar e adaptar-se facilmente. O tempo de uso do disco vai depender do grau de deslocamento do quadril, com a ultrapassagem de 2 meses. De qualquer forma, deve ser feito um controle com ultrassom e reavaliações ortopédicas periódicas para o acompanhamento da evolução.